Para conseguirmos passar essa imagem, tivemos a ideia de filmar várias danças típicas de cada década, que começa nos anos 40 e mostra como a calça Levi’s era e continua presente no dia-a-dia das pessoas.
Em meio a tantas filmagens, trocas de figurino e coreografias planejadas para cada década, tivemos dificuldades no manuseio da câmera para filmar apenas as pernas dos atores (alunos) que dançavam conforme a música (sem música rsrs). Na medida em que fomos acertando as luzes, os passos (que não eram fáceis) e procurando uma forma de deixar a câmera parada e no ângulo certo, vimos uma caixa. Uma linda caixa de sapatos que nos agradou mais do que agradaria a um lindo gatinho louco para brincar, ou um cachorrinho que teria vontade de estraçalhá-la. Uma caixa que ao colocarmos a câmera em cima, a mesma ficava no ângulo perfeito para a filmagem.
O relógio marcava 21h e tudo estava quase pronto, só falta um take, o último, dos anos 2000, onde após o fim da coreografia a câmera faria a volta nos atores para mostrar a parte de trás da calça onde haveria a logo. Tudo ensaiado e pronto para ser feito de maneira rápida, já que nosso tempo estava acabando. Fizemos como ensaiado, numa sincronia perfeita.
Mas a vida é uma caixinha de surpresas. Nesse caso, uma caixa apareceu de surpresa. Ao fazer a volta nos atores e a cena ter terminado, percebemos que a intrusa da caixa, que estava apoiando a câmera antes da nossa câmera-woman pegá-la apareceu ali no fundo, quietinha, como alguém que ri da nossa cara, que nos usou, que no começo foi a nossa salvação, algo que amávamos, e no fim, se revelou apenas como algo que definitivamente não se “encaixava” nas nossas vidas. Esse foi o dia em que uma caixa estragou uma noite de filmagens. Mas o que estudantes de publicidade poderiam fazer nesse momento? Rir como se não houvesse data de entrega.
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