Por Jaqueline Pigosso e Matheus Oliveira
Tudo tem um por que, inclusive esse post! Para quem sabe o que é design gráfico, a criatividade é a base para o conceito final. O ponto é, portanto, que mais do que arte, design é inspiração, é ter um insight, um motivo para a existência de algo que se procura expressar. Há quem diga que o belo provém somente do artístico, sem levar em conta o que se pretende dizer por meio da arte. E é aí que queremos chegar.
A existência das cores, por exemplo, é nada mais do que luz refletida. Será? O objetivo em questão era literalmente vender uma cor. Isso mesmo, “vender”. Utilizar apelos, emocionais ou racionais, como a cor vermelha, que aquece, como o amarelo, que enriquece ou como o verde, que enche de esperança. Eis que devemos adotar nossa própria cor. A que nos define, que nos instiga. Escolhemos o bom e velho preto, que define estilos. Para muitos, o pretinho básico. Para nós, a cor da noite, a cor que dá vida ao Rock’n roll.
O desafio é: como divulgar e vender uma cor que é estereotipada como uma cor negativa, que remete à luto, à escuridão e às trevas? A resposta: uma questão um tanto quanto filosófica.
Uma cor contraditória, misteriosa. Em algumas culturas, o preto representa o lado negativo, em outras, o positivo. Muito além do estereotipo, esta cor representa poder, formalidade, elegância. Na verdade, o preto não é exatamente uma cor, mas sim a falta dela. Podemos dizer, portanto, que o preto é uma cor sem cor. Nessa justificativa surge o que costumamos chamar de oportunidade.
Uma peça gráfica sem arte? Como assim? A ideia é justamente essa, não dizer nada (ou quase nada), querendo dizer tudo. A cor por si só já fala por ela mesma. Com os simples dizeres “nunca a ausência foi tão presente”, as reticências exatamente centralizadas, dando a sensação de que há algo além daquele vazio e, por fim, o fundo em preto, pra especificar que estamos falando sim daquela, que é a ausência de cores e de luz e ao mesmo tempo é a presença de tantos significados, a cor preta.
Um trabalho que aparentemente parece simples, mas que levanta muitas questões que vão muito além do princípio do design. Mais do que arte, é necessário se aprofundar no tema, adquirir o repertório e por fim, usar a criatividade a favor da execução final da peça.
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